sábado, 16 de novembro de 2013

É um siso ou uma pessoa?

Semana passada precisei extrair o dente do siso. Realizei uma breve enquete com as pessoas mais próximas e me disseram que o procedimento é bem desagradável. 

Ótimo - pensei

Ocorre que não doeu tanto quanto eu esperava. A única parte realmente desagradável do procedimento foi a sensação de vazio que fica dentro da boca. Parece que a língua, instintivamente, vai direto para o local onde outrora havia um dente. 

A sensação de não ter um dente onde deveria ter me afligiu bastante. 

Acontece que, após alguns dias a sensação de que estava faltando algo foi embora, parecia que nunca havia existido um dente no local, a sensação de vazio tornou-se uma sensação regular, normal, ordinária. 

Isto posto, comecei a pensar sobre como muitos relacionamentos que tive até hoje foram parecidos com o siso. 

Muitas vezes senti falta de certas pessoas e com o tempo percebi que isso não estava ligado a amor, paixão, ou qualquer coisa do tipo e sim ao costume. 

Assim como a língua apontava diretamente para o buraco deixado pelo dente extraído, a minha mente sempre apontava para a pessoa que já não era mais minha. Porém, gradativamente isso passou, e chegou a um ponto de eu não pensar mais na pessoa. 

Assim constatei: do que eu sentia falta não era a pessoa em si, e sim o local que ela ocupava, local esse, vago e disponível para qualquer outra pessoa preencher. 


Portanto, de agora em diante sempre irei refletir... 


É de uma pessoa que estou sentindo falta ou de um siso?

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