quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.


Retirei essa frase do livro "Do que eu falo quando falo de corrida", escrito pelo Haruki Murakami, um dos meus escritores preferidos.

Não vou entrar no mérito do livro, afinal, meu objetivo nunca foi fazer resenhas, talvez não tenha nem a capacidade necessária para isso. Meu objetivo com o blog é esvaziar minha mente, ele é a minha penseira, fazendo uma alusão ao item existente no mundo de Harry Potter.

Voltando ao ponto principal, essa frase me chamou muita atenção, refleti um pouco a respeito dela e acabei ficando em dúvida, afinal, a dor realmente é inevitável, mas, será que o sofrimento é opcional?

Sofrer faz parte de ser humano, faz parte de ser racional. Todos nós sofremos e iremos sofrer por motivos próprios.

O sofrimento age como uma gravidade temporária, ele chega, te prende ao chão e demora para ir embora, demora para te libertar e deixar o seu corpo novamente livre. 

Portanto, como considerar essa força como opcional?

Acredito que a frase ficaria mais plausível se fosse “A dor é inevitável. O sofrimento é temporário."

Mas, no meu ponto de vista o que o autor quis dizer com "opcional" é que só continua sofrendo quem se permite, nesse caso, opcional seria continuar a sofrer. O sofrimento é tão inevitável quanto à dor, porém, ninguém precisa ficar nesse estado eternamente, ele só vai embora quando permitimos, e para isso precisamos levar a cabeça, enxugar as lágrimas e seguir em frente.

Esse último parágrafo soou um pouco romântico, coisa que eu realmente não sou. Acredito que o mundo realmente é um lugar sujo e cruel, lotado de pessoas tão sujas e cruéis quanto ele. Ao contrário de Gatsby, eu não acredito na luz verde. Porém, acredito que possuímos a rédea de nossas vidas, defendo o clichê “colhemos o que plantamos”. Talvez a proporção da colheita não seja conforme o esperado, mas, na natureza não acontece o mesmo?


Devaneios a parte, infelizmente a dor é inevitável, portanto, boa sorte!

sábado, 16 de novembro de 2013

É um siso ou uma pessoa?

Semana passada precisei extrair o dente do siso. Realizei uma breve enquete com as pessoas mais próximas e me disseram que o procedimento é bem desagradável. 

Ótimo - pensei

Ocorre que não doeu tanto quanto eu esperava. A única parte realmente desagradável do procedimento foi a sensação de vazio que fica dentro da boca. Parece que a língua, instintivamente, vai direto para o local onde outrora havia um dente. 

A sensação de não ter um dente onde deveria ter me afligiu bastante. 

Acontece que, após alguns dias a sensação de que estava faltando algo foi embora, parecia que nunca havia existido um dente no local, a sensação de vazio tornou-se uma sensação regular, normal, ordinária. 

Isto posto, comecei a pensar sobre como muitos relacionamentos que tive até hoje foram parecidos com o siso. 

Muitas vezes senti falta de certas pessoas e com o tempo percebi que isso não estava ligado a amor, paixão, ou qualquer coisa do tipo e sim ao costume. 

Assim como a língua apontava diretamente para o buraco deixado pelo dente extraído, a minha mente sempre apontava para a pessoa que já não era mais minha. Porém, gradativamente isso passou, e chegou a um ponto de eu não pensar mais na pessoa. 

Assim constatei: do que eu sentia falta não era a pessoa em si, e sim o local que ela ocupava, local esse, vago e disponível para qualquer outra pessoa preencher. 


Portanto, de agora em diante sempre irei refletir... 


É de uma pessoa que estou sentindo falta ou de um siso?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Inveja branca?

Inveja branca, quando eu vejo alguém falar isso meu sangue atinge estado de ebulição. Por que inveja branca, quer dizer que é uma inveja....boa

Mas, quem disse que sentir inveja é ruim? Na minha concepção é natural. 

Sempre que alguém possuí ou consegue algo que desejamos nós sentimos inveja. Isso até serve como uma forma de motivar a pessoa a ir atrás de seus sonhos, mostra que é possível conseguir o mesmo.

Talvez por imposição social ou por medo que as pessoas possam ter de olhar pra dentro de si mesmas elas acabam denominando que a inveja delas é branca. 

Isso me remete a Carl Gustav Jung, e o seu conceito de sombra. 

Para Jung, todos nós possuímos uma sombra, e nela estão contidos todos os aspectos que a sociedade e o próprio indivíduo considera imoral ou violento. Em suma, a sombra é tudo que somos e não desejamos ser. 

Neste sentido, a sombra abriga a inveja.

Mas, qual o problema de aceitarmos quem nós somos? É o medo da represália da sociedade? Ou é pura vergonha? Mas vergonha de que

Atingimos um ponto tão ridículo de evolução que muitas pessoas sentem vergonha de usar o banheiro alheio para fazer necessidades. Uma coisa natural. 

Masturbação, nem pensar! 

Inveja? Só se for branca. 

Concordo que ser autêntico é difícil, e assumir que não somos perfeitos e que possuímos defeitos é mais difícil ainda. Mas não podemos atingir o ponto de negar nossa humanidade. 

E grande parte disso é culpa da internet, na internet fica mais fácil expor uma persona, uma mascara, uma pessoa que não somos.

Portanto, como meu blog é novo aqui vai um pequeno resumo para quem se interessar: 

Sinto inveja, muitas vezes a luxuria me corrói, já tive episódios em que fui avarento, me mostre uma caixa de chocolate e verá que a gula faz parte de mim, sinto raiva, ódio e rancor, odeio acordar cedo -  logo a preguiça me acompanha, tenho problemas com a vaidade...

...faço necessidades e me masturbo

Prazer.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Deixe-me pensar

Nunca suportei o maniqueísmo. A realidade é tão difícil para ser explicada de maneira tão banal. Bom e mau, certo e errado, herói e vilão. 

Às vezes penso - será que alguém gostaria de viver em um mundo assim? Onde o certo é o certo e o errado é errado, sem margem para interpretação? 


Isso me lembra as aulas de literatura. O professor apresentava grandes textos, trechos sublimes e queria que os alunos explicassem o que o autor quis dizer. Uma tarefa muito gostosa, não fosse o fato de o professor exigir a resposta que ele e maioria das pessoas acreditam ser plausível. 


De acordo com o contexto histórico, o fator social e a saúde do autor o professor fornecia a resposta adequada. 


Odiava isso. 


Acredito que sim, muitas pessoas que escrevem são influenciadas por diversos fatores que podemos deduzir, mas não é exato. Eu posso sentir dor mas escrever sobre a dor de outrem. Posso estar angustiado e escrever sobre a felicidade. Mas o que ninguém pode é definir o que uma pessoa quis dizer. Por que o texto é pessoal, é a interpretação que da vida ao texto. 


E antes fosse apenas na literatura. Isso ocorre em diversos segmentos. O "pode ser" é sempre excluído pelo "é". A dúvida sempre fica atrás da afirmação. É a famosa ciência da massa, que esquece que todo indivíduo é único, apesar de semelhante. 


Meu ponto é, deixem a exatidão para os números. Para todo o resto, que deixe-me pensar.