domingo, 21 de dezembro de 2014

Feliz Natal

O natal se aproxima, o ano novo também.

Por aqui, durante essa época do ano,  tudo é cinza. Não há calor e não há frio. Há chuva. O que completa o cinza de maneira excepcional uma vez que para haver chuva deve haver....
Enfim, durante a chamada "temporada de festas", onde há balanços, abraços frios e falsas promessas eu costumo refletir mais que o normal. Acho que faz sentido esse aumento de atividade cerebral, afinal, somos programados para temer o fim. O fim de um namoro;o fim de uma amizade;o fim do cigarro;o fim da vida e, por que não, o fim do ano.

Porém, apesar de tudo, é a época do ano que eu mais gosto. Acredito que exista um certo charme no céu cinza, na autoflagelação por não ter cumprido aquela promessa especial, ou por não ter acertado um numero sequer na mega sena da virada. Mas, acima de tudo, acredito que exista um charme ainda maior na chance. 
Sim, a chance. O ciclo se encerra, o ano também. A Terra completou uma volta ao redor do sol, você esta vivo, e tudo começa de novo, as promessas, as palavras, as reflexões.

Então o motivo pelo qual eu adoro essa temporada não é a festa, a comida, ou o nascimento de Jesus. Não, para mim significa um recomeço. Significa um tapinha nas costas e um sussurro no ouvido falando " Vai lá, você esta vivo e ainda tem tempo, feixe esse livro e comece um novo, mude sua história, escreva seu final feliz"
Afinal, não importa quem seja, a cor da pele que possua, a classe social que ocupe ou o país que more, todos, indiscutivelmente estamos tentando viver. Tentativas e mais tentativas. Alguns acertam mais, alguns tem mais facilidade, porém, todos estão tentando, então, celebro o natal e o ano novo como um maravilhoso "Tente outra vez",

Eu me considero um cínico, diversas vezes eu mergulho na minha melancolia niilista e, não tenho vergonha de assumir, depressiva e uma das coisas que me fazem aguentar todos esses questionamentos, todas essas dúvidas é a esperança de um ano melhor. E isso nós sempre teremos, ou, no meu caso, eu sempre terei no fim de Dezembro. E é o bastante.

No final das contas, apesar de tudo, parece que a magia do Natal me atinge, não da maneira que atinge a todos, mas me atinge.