Quando eu
estava na faculdade eu conheci uma garota. Ela sentava logo na minha frente. A
princípio, nada nela me chamou atenção, alguns amigos tentaram nos juntar
durante um curto espaço de tempo e eu sempre dizia “não, ela não.”. Na verdade, no
início achava ela feia.
Com o
passar do tempo, e dos semestres, nos tornamos grandes amigos, ao menos eu considerava
ela uma grande amiga. Ela sempre virava e fazia algum comentário pra mim, até
mesmo antes de sermos amigos, e eu sempre concordava com as palavras dela.
Comecei
então a perceber como ela era bonita, como era adorável em todo seu mau humor e
seu café da manhã regado a coca-cola. Percebi que havia me apaixonado. Como
sempre fui muito intenso, e sempre arrumava uma nova paixão, eu não me importei
muito. Quero dizer, não me importei muito além do que me importaria com uma
paixão.
Ela
realmente me proporcionou bons momentos. Porém, nunca correspondeu aos meus
sentimentos, tentei, me declarei indiretamente e diretamente, mas não obtive
sucesso, foi uma paixão não correspondida.
Até ai tudo
bem, como eu estava acostumado a possuir sentimentos tão intensos e me
apaixonar freqüentemente, acabou não sendo nenhuma novidade a rejeição, por
mais que fosse ruim. Continuamos amigos, ela realmente era incrível. Acreditei
que havia superado a rejeição e continuamos grandes amigos.
Porém,
durante o último ano eu precisei interromper a faculdade, por motivos que não
vem ao caso. Durante os primeiros meses de ausência nós continuamos
conversando, não como sempre, mas era esperado, afinal, não teria tanto contato
com ela. Mas, o contato foi diminuindo tanto que a amizade praticamente acabou.
Se é que existiu. Não estou julgando a amizade que ela me proporcionou, com
certeza foram bons momentos, e com certeza foram reais, acontece que, em toda
minha paixão, eu devo ter supervalorizado essa amizade.
Hoje em
dia, sinceramente, eu mal me lembro dela, e quando lembro não é com nenhum tipo
de sentimento, apenas uma clássica nostalgia e saudade dos bons tempos.
Ocorre que,
a cada intervalo de tempo, que eu nunca calculei na verdade, acredito que seja
coisa de 4, 5 meses. Eu sonho com ela. E o que deveria ser bom, reencontrar uma
pessoa querida em um sonho, acaba sendo uma tortura, isso porque junto com o sonho eu recebo
uma gama de sentimentos que já estavam esquecidos há muito tempo.
O pós sonho
é sempre horrível, eu fico abraçado naquela melancolia angustiante de quem
deseja algo impossível. Essa garota acaba agindo como uma Succubus, que assim
como na mitologia, invade o sonho de um homem para roubar sua energia vital. Parece
que meu subconsciente gosta de me torturar e faz questão de me lembrar daquilo
que eu desejei e não consegui ter. Ele percebe que já não há vestígios dela em
minha memória e provoca esse sonho. Bom, é o que parece.
A minha
conclusão para isso tudo é que existem pessoas que passam nas nossas vidas e
deixam um pouco delas dentro da gente, são pessoas realmente especiais, por
isso nunca conseguimos esquecê-las. Infelizmente, isso não é recíproco, nem
sempre conseguimos deixar gravado nessa mesma pessoa um pouco da nossa imagem,
algo para que elas lembrem de nós com o mesmo carinho que lembramos delas.
Ademais, o
que fica desse sonho é a saudade. E o que fica para mim é a esperança de que eu
pare de sonhar com ela.
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