quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Um pedaço de sinceridade

Quando eu estava na faculdade eu conheci uma garota. Ela sentava logo na minha frente. A princípio, nada nela me chamou atenção, alguns amigos tentaram nos juntar durante um curto espaço de tempo e eu sempre dizia “não, ela não.”. Na verdade, no início achava ela feia.

Com o passar do tempo, e dos semestres, nos tornamos grandes amigos, ao menos eu considerava ela uma grande amiga. Ela sempre virava e fazia algum comentário pra mim, até mesmo antes de sermos amigos, e eu sempre concordava com as palavras dela.

Comecei então a perceber como ela era bonita, como era adorável em todo seu mau humor e seu café da manhã regado a coca-cola. Percebi que havia me apaixonado. Como sempre fui muito intenso, e sempre arrumava uma nova paixão, eu não me importei muito. Quero dizer, não me importei muito além do que me importaria com uma paixão.

Ela realmente me proporcionou bons momentos. Porém, nunca correspondeu aos meus sentimentos, tentei, me declarei indiretamente e diretamente, mas não obtive sucesso, foi uma paixão não correspondida.

Até ai tudo bem, como eu estava acostumado a possuir sentimentos tão intensos e me apaixonar freqüentemente, acabou não sendo nenhuma novidade a rejeição, por mais que fosse ruim. Continuamos amigos, ela realmente era incrível. Acreditei que havia superado a rejeição e continuamos grandes amigos.

Porém, durante o último ano eu precisei interromper a faculdade, por motivos que não vem ao caso. Durante os primeiros meses de ausência nós continuamos conversando, não como sempre, mas era esperado, afinal, não teria tanto contato com ela. Mas, o contato foi diminuindo tanto que a amizade praticamente acabou. Se é que existiu. Não estou julgando a amizade que ela me proporcionou, com certeza foram bons momentos, e com certeza foram reais, acontece que, em toda minha paixão, eu devo ter supervalorizado essa amizade.

Hoje em dia, sinceramente, eu mal me lembro dela, e quando lembro não é com nenhum tipo de sentimento, apenas uma clássica nostalgia e saudade dos bons tempos.

Ocorre que, a cada intervalo de tempo, que eu nunca calculei na verdade, acredito que seja coisa de 4, 5 meses. Eu sonho com ela. E o que deveria ser bom, reencontrar uma pessoa querida em um sonho, acaba sendo uma tortura, isso porque junto com o sonho eu recebo uma gama de sentimentos que já estavam esquecidos há muito tempo.

O pós sonho é sempre horrível, eu fico abraçado naquela melancolia angustiante de quem deseja algo impossível. Essa garota acaba agindo como uma Succubus, que assim como na mitologia, invade o sonho de um homem para roubar sua energia vital. Parece que meu subconsciente gosta de me torturar e faz questão de me lembrar daquilo que eu desejei e não consegui ter. Ele percebe que já não há vestígios dela em minha memória e provoca esse sonho. Bom, é o que parece.

A minha conclusão para isso tudo é que existem pessoas que passam nas nossas vidas e deixam um pouco delas dentro da gente, são pessoas realmente especiais, por isso nunca conseguimos esquecê-las. Infelizmente, isso não é recíproco, nem sempre conseguimos deixar gravado nessa mesma pessoa um pouco da nossa imagem, algo para que elas lembrem de nós com o mesmo carinho que lembramos delas.


Ademais, o que fica desse sonho é a saudade. E o que fica para mim é a esperança de que eu pare de sonhar com ela.

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