sábado, 11 de janeiro de 2014

Almas genuínas


No ínicio do ano passado eu tive o prazer de ler o livro Gone Girl, da autora americana Gillian Flynn, embora o nome do livro traduzido na seja tão prazeroso assim, foi uma boa leitura.

Hoje a reflexão é sobre um trecho desse livro, esta bem no ínicio então mesmo para alguém que não gosta de ler, acho que vale a pena dar uma conferida.

Nesse trecho o personagem Nick reflete sobre a falta de personalidade das pessoas. Mas não de maneira dolosa e sim do ponto de vista em que acabamos nos perdendo em meio a tantos exemplos, em novelas, filmes, livros, desenhos, e até situações cotidianas.

O que acontece é que nós, e com nós eu me refiro a pessoas que nasceram no final dos anos oitenta e seguintes, temos tantas referencias que às vezes fica difícil olhar para nossas “almas” e perceber quem realmente somos.

São programas de televisão, filmes, seriados, novelas, internet, internet e todo o conteúdo que a internet pode oferecer. Parafraseando o personagem “Todos    trabalhamos a partir do mesmo roteiro gasto”.

Eu infelizmente concordo. Ou felizmente talvez. Preciso pensar sobre isso.

O que acontece é que todos temos um pouco de ator em si. E nosso grande palco é a vida, então é óbvio que nos aproveitaremos de situações assistidas, lidas, presenciadas, e tirar essa base como experiência. Mas o problema esta ai, o que eu vejo são pessoas que ao invés de utilizar essa amostra, essa base, como experiência e misturar com a própria personalidade e transformar em algo seu, preferem utilizar a amostra como se fosse sua. E isso não é difícil de observar, o que mais vemos hoje em dia é namorado fazendo declaração manjada, a pessoa traída agindo como se estivesse em um episódio de Gossip Girl, o bombado indo para a academia e agindo como o Rock Balboa.

O maior exemplo desse furto de personalidade pode ser visto na internet. Não importa qual seja página, contanto que ela disponibilize um espaço para comentários você verá de Sócrates Juníor até a reencarnação de Galileu Galilei. Pessoas que sentem prazer em passar uma imagem de intelectual, porém com textos claramente copiados do Wikipédia.
São termos, frases, teorias que as pessoas tiram do Google e tomam a sua autoria, de maneira a querer diminuir o próximo. Isso me causa tanta preguiça. Eu realmente admiro pessoas que possuem talentos, desde inteligência, sagacidade, humor e afins, mas essas pessoas com talentos emprestados me cansam.

A vida é muito curta, às vezes quando nos damos conta percebendo que gastamos a vida toda sendo outra pessoa, copiando alguém que admirávamos, e acabamos percebendo que não vivemos, fomos um grande espectador, um sósia, um duble. Eu realmente não quero ter esse tipo de arrependimento quando o Mundo vier cobrar o pagamento pela minha estadia nesse planeta.

Portanto, meu apelo, e minha decisão, é ser original, tentar fugir desse roteiro gasto que todos seguimos visto em novelas e afins, e começar a procurar a minha própria personalidade, em certos pontos acredito que já encontrei, afinal, eu não sou uma pessoa de fácil convivência, então se estou copiando alguém, estou sendo burro demais. Mas, em outros pontos tenho certeza que copio algo, por exemplo, minha vida amorosa, acredito que seja totalmente plagiada de Holywood e aqueles romances água com açúcar, tanto é que as vezes até parar paquerar eu paro penso e desisto no meio do caminho de tão clichê e banal que se torna a situação.

Enfim, acho que é isso.

Será que alguém por aí concorda com aqui concorda com algum parágrafo? Porque, com o texto todo acho que só a minha alma gêmea concordaria, e tirando por base que eu não sou uma alma genuína, devido aos plágios entre outras almas, eu acho que não é certo esperar por uma alma gêmea.


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